quarta-feira, 2 de julho de 2014

Tratamentos pós colheita

                 Alface pós colheita

No campo, logo após a colheita da alface, que deve ser feita nas horas mais frescas do dia. A alface deve ser lavada com água fria para que seja retirado o calor de campo, com emprego de pré-resfriamento, propicia um aumento de mais de um dia na vida útil da alface. Além disso aumenta o tempo em que a alface pode ser transportada devido a sua temperatura estar menor, reduzindo danos e perda nessa etapa da cadeia de produção.


  
  A alface pode ser comercializada em várias caixas como as de madeira, como a K e engradado, mas o recomendado é o uso de caixas plásticas, retornável ou não, e de papelão. As embalagens individuais, os sacos plásticos, tem como finalidade informar, vender e agregar valor, reduzir a perda de água por transpiração e ainda modificar a atmosfera. Sendo ela constituída com 95% de nitrogênio + 5% de gás carbônico ou com 90% de nitrogênio + 10% de gás carbônico.



     A sanitização deve ser feita utilizando solução de hipoclorito de sódio ou hipoclorito de cálcio, devido à ausência de resíduos pós tratamento.  O pH da solução deve estar entre 6,5 a 7,5, para haver formação de ácido hipocloroso (cloro ativo) e sua concentração deve estar entre 75 a 150 mg/L.
    Quando a sanitização é feita corretamente não se deve fazer a lavagem logo após, devido ao risco da água ter contaminantes.

Imagem ilustrativa, procedimento é feito em grande escala na propriedade.

   A velocidade de deterioração da alface aumenta rapidamente quando as temperaturas estão  acima de 0°C. A vida útil da alface a 3°C é apenas 50% da vida útil a 0°C. No armazenamento, no entanto, a temperatura nunca pode ficar menor que -0,5ºC pois neste caso ocorre o congelamento e a deterioração do produto. Assim, preferencialmente, a comercialização da alface deve ser efetuada em gôndolas refrigeradas.

terça-feira, 1 de julho de 2014

Principais doenças da alface

 Cerca de 75 doenças transmissíveis já foram relatadas em alface em todo mundo, sendo a maioria delas causadas por vírus, mas também por fungos, bactérias e nematóides. Muitas ainda não chegaram ao Brasil e aqui será colocadas as principais, mesmo que os sintomas podem variar com as cultivares e as condições climáticas.



Míldio (Bremia lactucae)
Manchas verde-clara ou amareladas, de diferentes tamanhos e geralmente delimitadas pelas nervuras.
Medidas de controle: utilizar sementes idôneas; rotação de culturas; irrigar por gotejamento; evitar excesso de água; plantar com espaçamento que permita boa aeração; pulverizar preventivamente com fungicidas registrados; eliminar restos culturais e plantar variedades mais adaptadas.




Septoriose (Septoria lactucae)
Lesões inicialmente marrom-claras, de bordas pouco definidas, que podem se unir formando lesões maiores. No centro das lesões podem ser vistos pequenos pontos negros que são estrutura dos fungos.
Medidas de controle: adquirir sementes e mudas de boa qualidade; plantar em terrenos bem drenados; espaçamento que permita boa aeração; pulverização preventiva com fungicida registrado; evitar encharcamento e excesso de nitrogênio; plantar variedades adaptadas; fazer rotação de culturas e eliminar restos culturais.


Mancha de cercóspora (Cercospora longissima)
Pequenas manchas marrons, as vezes com halo amarelo e ponto central mais claro acinzentado.
Medidas de controle: adquirir sementes e mudas de boa qualidade; plantar em terrenos bem drenados; espaçamento que permita boa aeração; pulverização preventiva com fungicida registrado; evitar encharcamento e excesso de nitrogênio; plantar variedades adaptadas; fazer rotação de culturas e eliminar restos culturais.












Rizoctoniose (Rhizoctonia solani)

Pequenos pontos marrom-claros nas nervuras, que aumentam de tamanho, escurecem o ocupam todo o limbo foliar em menos de 48 horas.Medidas de controle: canteiros altos para evitar encharcamento; evitar uso excessivo de fertilizante; uso de cobertura morta ou plástico para evitar contato com o solo; espaçamento que permita aeração; eliminar restos culturais; uso de fungicidas se ocorrência nos estádios inicias; rotação de culturas.


Podridão-de-botritis (Botrytis cinerea)
Lesões encharcadas, de coloração castanha, principalmente nas folhas mais externas, onde começa a podridão mole que ataca a toda a planta.
Medidas de controle: rotação de culturas; eliminas restos culturais; evitar acumulo de água nas folhas; evitar ferimento na pós-colheita.

Mancha-bacteriana (Xanthomonas campestris PV vitians)
Pequenas manchas angulares, de aspecto encharcado, ao s expandirem tornam-se enegrescidas, sendo delimitadas por nervuras.
Medidas de controle: adquirir sementes e mudas de boa qualidade; tratamento de sementes com hipoclorito de sódio; plantar em terrenos bem drenados; espaçamento que permita aeração; controle preventivo com fungicidas cúpricos registrados; adubar corretamente; rotação de culturas; eliminar restos culturais.
LMV – Lettuce Mosaic Virus
Transmitido por pulgões. Sintoma de mosaico acompanhado de deformação foliar.
Medidas de controle: cultivares resistentes; sementes de boa qualidade; eliminar reservatórios naturais.
Vira-cabeça (Tomato Spotted Wilt Virus)
Primeiros sintomas no pecíolo e no limbo, depois aparecem lesões marrom-claras.
Medidas de controle: produzir mudas em local isolado do vetor; quando a incidência está baixa,eliminar as plantas infectadas; inseticida para controle do inseto.






 Tombamento ou “damping off” (Pythium spp. e Rhizoctonia solani)
Ocorre em reboleiras e sintoma principal é a destruição do tecido jovem da planta, ocasionando o tombamento.
Medidas de controle: usar substrato esterilizado; sementes de boa qualidade; evitar excesso de água.









Podridão-de-esclerotínia (Sclerotinia sclerotiorum)
Os sintomas aparecem nas plantas adultas, as folhas mais velhas murcham e apresentam podridão mole, e a doença progride para as folhas internas causando murchamento. Aparecimento de escleródios negros, recobertos por micélio branco.
Medidas de controle: solos bem drenados; não plantar onde tenha ocorrido o ano anterior; evitar excesso de água; permitir melhor aeração; uso de fungicidas; rotação de culturas.

 Podridão mole (Erwinia spp.)
Murcha e morte da planta, necrose da região da coroa.Medidas de controle: evitar excesso de água; usar água de boa qualidade; permitir ventilação; rotação de culturas; evitar ferimentos no manuseio; adubar corretamente.
 Nematóide-das-galhas (Meloidogyne spp.)
Sintoma de deficiência mineral, como amarelecimento e nanismo.

Medidas de controle: cultivares resistentes; uso de nematicidas fumigantes; uso de matéria orgânica; adubação correta; rotação de culturas.

segunda-feira, 30 de junho de 2014

Classificação

Classificação
     
    A fase de classificação da alface é de suma importância, pois a apresentação e homogeneidade do lote agregam valor ao produto.
    Ao fazer a classificação, uniformizamos os produtos, ficando mais fácil para o mercado a venda dos mesmos assim como também ajustar toda uma cadeia produtiva, principalmente no ramo de vendas, utilizando um padrão entre todos envolvidos, como produtores, atacadistas, industrias e consumidores.
   
 Primeiramente as alfaces são divididas em grupos, primeiramente quanto a cor, dividindo elas em roxas e verdes (Figura 1).



 Grupo: Verde



                                          Grupo: Roxa



Figura 1


    Depois elas são divididas quanto a formação da cabeça (Figura 2).

Mimosa

Lisa

Romana

Americana














Crespa
Figura 2

       Em seguida, faz a classificação das cabeças pelo peso, para seleção de plantas adequadas ao mercado. Porém devemos considerar, que cada mercado dita o tamanho de preferência, podendo ser vendida até "mini alface". 

Classe
Limite de peso inferior (g)
Limite de peso superior (g)
5
sem limite
<100
10
>= 100
<150
15
>= 150
<200
20
>= 200
<250
25
>= 250
<300
30
>= 300
<350
35
>= 350
<400
40
>= 400
<450
45
>= 450
<500
50
>= 500
<550
55
>= 550
<600
60
>= 600
<650
65
>= 650
<700
70
>= 700
<750
75
>= 750
<800
80
>= 800
<850
85
>= 850
<900
90
>= 900
<950
95
>= 950
<1000
100
>= 1000
sem limite


      A limpeza e turgidez dos pés de alface são de extrema importância, com isso há a classificação das cabeças também por esses fatores. Segue abaixo uma tabela classificatória.

Graus de Hidratação
4-
Excelente: folhas sem sinal de murcha.
3-
Bom: presença de folhas com sinal de perda de água, porém completamente verde.
2-
Regular: presença de folhas velhas com murcha aparente e perda de coloração.
1-
Ruim: presença de folhas velhas, muito flácidas com escurecimento dos tecidos.
Graus de Limpeza
4-
Excelente: folhas limpas, livres de terra, restos vegetais ou materiais estranhos.
3-
Bom: alguma presença de terra fina e restos vegetais nas folhas mais externas.
2-
Regular: presença de terra fina, restos vegetais nas folhas externas e internas.
1-
Ruim: presença de torrões, terra, pedras e restos vegetais em toda a planta

Hidratação
(4)
(3)
(2)
(1)


Limpeza
(4) Limpa
(3) Boa
(2) Regular
(1) Suja


          Defeitos fisiológicos ou sanitários são classificatórios na alface. 

Graves

  • Lesões
  • Podridão
  • Descoloração
  • Deformação
  • Sem coração
  • Queimada
  • Espigada

Leves

  • Organismos vivos
  • Folhas deformadas
  • Brotos laterais
  • Manchas
  • Danos mecânicos
       Na classificação quanto as categorias, os defeitos leves e graves são contabilizados. Seguindo a tabela abaixo.
Defeitos Graves
Extra %
Cat I %
Cat II %
Cat III %
Podridão
1
1
2
5
Lesões
1
2
3
10
Sem coração
1
1
2
20
Descoloração
1
2
3
20
Cabeça deformada
1
2
3
20
Espigada
1
1
2
20
Queimada
1
1
2
20
Total Graves
2
3
5
20
Total Leves
5
10
15
100
Total Geral
5
10
15
100
Soma mínima de limpeza e hidratação
8
7
6
<6

   Sendo assim, estes dados devem estar no rótulo da embalagem, como mostrado na figura 3.



OBSERVAÇÕES:
É tolerada uma mistura de 10% de pés de alface de classe diferente da especificada no rótulo, desde que pertencentes às classes imediatamente superior e/ou inferior.
São toleradas 20% das embalagens do lote que estejam fora das especificações acima

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Irrigação


      Em olerícolas a irrigação é de suma importância, já que a resposta do manejo é evidente. Na cultura do alface a necessidade de manutenção da umidade do solo é essencial, já que são são plantas que apresentam cerca de 96% de água na sua estrutura.
     O sistema de irrigação adotado foi localizada por gotejamento. As mangueiras de irrigação apresentam 0,3 m de distâncias entre os emissores, com vazão de 1,03 L/h. Elas foram colocadas distanciadas entre si 25 cm dentro dos canteiros (Figura 1).



Figura 1

    A água usada na irrigação é de boa qualidade e é distribuída para toda a casa de vegetação por um sistema de válvulas que separa os sistemas de irrigação de cada cultura (Figura 2)

Figura 2



O turno de rega é de 2 dias e o tempo é calculado baseado na evapotranspiração da cultura. Estes dados são obtidos na estação meteorológica Irriplus E1000. Onde é medida as temperaturas máximas e mínimas no interior do Ambiente Protegido.

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Adubação

      A adubação de hortaliças deve ser  criteriosa, visando otimizando a produtividade, aumentando a eficiência dos abudos e corretivos, como também da água, mão de obra e demais insumos. O manejo adequado protege o solo, minimiza as perdas de nutrientes por lixiviação, erosão e volatização.
     A área de plantio do nosso projeto, tanto em ambiente protegido, quanto fora dele, em campo, apresentam 21 m² cada. Dentro do ambiente protegido, os 21 m² estão divididos em três canteiros de 7 metros de comprimento, já em campo aberto estamos trabalhando somente com um canteiro de 21 metros de comprimento e 1 metro de largura. Ambos foram adubados seguindo a mesma analise de solo (Fig. 1).


Fig. 1


      A recomendação foi feita baseada no livro "5° aproximação". Uma adubação para o plantio e o restante fracionado durante todo o ciclo da cultura por meio de fertirrigação, uma por semana. (Fig. 2)

Fig. 2
      Foi calculado a fertirrigação para 6 semanas, porém o ciclo ficaria com uma semana a mais, então o recomendado é para 5 semanas de ciclo.
      A adubação foi feita por meio de incorporação em toda área, e o restante em fertirrigação. Não foi necessário fazer a calagem, já que não há saturação por alumínio e o pH se encontra na faixa ideal da cultura. Foi utilizado cama de galinha, a 15 t/ha. Sendo 1,5 kg/m².
   



      

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Mudas

Mudas

A obtenção de mudas é a primeira etapa de todo o processo de implantação da cultura. Posteriormente é a adubação e correção do solo da área.
A condução da produção de mudas é muito importante, pois ela influenciará na qualidade das plantas durante o ciclo da cultura, devido a fitossanidade do material, nutrição, idade de transplantio, aparência das mudas, entre outros.
Atualmente as bandejas de isopor (Fig. 1) e polietileno flexível (Fig. 2) são as mais usadas na produção de mudas, sendo de isopor bastante resistente e reutilizável, necessitando de limpeza sempre após o uso, em quanto as bandejas de polietileno são descartáveis.
As bandejas de polietileno (Fig. 3), são rígidas e reutilizável e estão ganhando cada vez mais espaço no mercado, tanto pela durabilidade, quanto pela maior facilidade de limpeza e desinfecção.

A quantidade de células na bandeja define o volume de substrato disponível por muda. Células com mais substrato e mais espaçadas entre si, possibilitam a obtenção de mudas maiores e mais velhas antes da tomada de decisão do transplantio. Na cultura do alface é comum o uso de bandejas de 128 células e 200 células, sendo a de 128 células a de maior volume por célula. Foram utilizadas bandejas de 200 células de polietileno e de isopor com 128 e 200 células.
A escolha do substrato influencia na qualidade das mudas. Substratos comerciais são padronizados, gerando uma melhor homogeneidade, porém é possível o uso de formulados, tomando cuidado quanto a nutrição e fitossanidade do mesmo.
No nosso cultivo, foi utilizado o subtrado comercial Tropstrato HT hortaliças (Fig. 4), indicado para solanáceas, brássicas, cucurbitáceas e hortaliças folhosas. Ele é composto por casa de pinus, turfa, vermiculita expandida, enriquecido com macro e micro nutrientes.


Fig. 4

Fizemos o enriquecimento do substrato com superfosfato simples (18% de fosfato (P2O5), 16% de cálcio (Ca),  e 8% de enxofre (S)), na proporção de 250 g para cada 25 Kg de substrato.

Após a distribuição do substrato nas bandejas, fizemos os buracos onde foram depositadas as sementes, esse processo utilizamos um gabarito (Fig.5) para homogeneizar a profundidade de semeio. No final dessa etapa, as sementes foram cobertas com mais substratos e umedecidas com um regador de crivo fino.

Todas bandejas foram envoltas em lona preta e armazenas em local fresco para germinação homogenia.

Fig. 5

Após a germinação, cerca de 3 a 5 dias, as mudas foram colocas em estufa apropriada, com tela antiafídica, bancadas elevadas, para desenvolvimento.

Elas permaneceram no local por 21 dias. Ao 14° dia foi feita um fertirrigação com 10 g KCl de e 30 g Sulfato de amônio, diluídos em 2 litros de água. 


Fotos da evolução das mudas